Olá, Freedom Boys!
Tô começando agora a segunda
edição da coluna O X DA QUESTÃO. Acreditem, recebo as perguntas enviadas por
vocês com muita alegria, pois acho engraçadas as dúvidas levantadas. Não digo
com isso que acho as questões bobas, nada disso! O motivo da graça é porque
tive todas (ou quase todas) essas dúvidas durante essa fase em que a maioria de
vocês se encontra. E é justamente por ter passado por essas “neuras” que posso
afirmar: nada como o tempo e a experiência para transformar bichos de sete
cabeças em mosquitinhos que a gente afugenta com a mão.
Ah, antes de partir para as
perguntas, aqui vai um pedido meu: comentem as respostas, dêem as suas
opiniões! Porque, senão, fica parecendo que minhas opiniões são soberanas. E
não é nada disso! Ninguém é proprietário da verdade. Cada um tem as suas “verdades”,
o seu modo de enxergar as coisas da vida. Então, como diria titia Madonna, express
yourself!
Vamos às perguntas!
O que fazer se eu quiser
namorar um cara e ele quiser meu amigo?
Bom, para piorar só faltou
acrescentar à pergunta “e se o cara me pedir para ajudá-lo a ficar com meu
amigo”. Situação chata, hein?
Falando sobre mim: sou daqueles
que fica se sentindo péssimo se não disser que estou afim de alguém. Detesto me
sentir um cagão por isso. Posso segurar a onda por uma semana, duas, um mês...
mas chega uma hora que eu abro o jogo mesmo.
Ouvir que ele não está afim é
ruim, mas é necessário, acreditem. Melhor levar um tapa na cara do que ficar
nutrindo uma falsa esperança. E se ele disser estar afim do meu amigo... então
ele que se vire! Se for o caso dele pedir minha ajuda para conquistar meu
amigo, que me perdoem os politicamente corretos, mas vá à merda!
Poxa, digo que estou afim do
cara, sou rejeitado e ainda tenho que ajudá-lo a conquistar meu amigo para
parecer uma pessoa bacana?!
Não, definitivamente eu não sou
tão bacana assim! Eles que se entendam!
“Heteros” que procuram gays é
o quê? Capricho? Curiosidade? Ou são gays que não querem se assumir?
A meu ver são “heteros” que precisam
de ajuda psicológica!
Sim, porque, no meu entendimento,
homem que faz sexo com homem pode ser, no máximo, bissexual. Mas hetero?
Faça-me o favor!
Curiosidade? Hum, talvez. Mas
curiosidade é aquilo: a pessoa experimenta algo que desconhece e descobre se
gosta ou não gosta, ponto. Daí a ficar experimentando ocasionalmente e se
intitular como curioso é um pouco demais para o meu entendimento. Não acredito
em eternos curiosos. Vejo pessoas assim como cagões que não tem peito para se
assumirem como gays ou bissexuais.
Já tive minhas experiências com
esse tipo de “hetero”. Na boa? A transa pode até ser legal, mas todo o resto é
um saco! E a paranóia que geralmente bate depois? O cara faz de tudo e depois
fica repetindo que não é gay, que só fez aquilo porque estava bêbado, ou porque
estava curioso... a-hã!
Tem algum “hetero” te propondo
ajudá-lo em sua curiosidade? Bem, se for para dar uma transada e depois meter o
pé, vá, tente, experimente. Mas nada além disso!
E, por favor, não caia na asneira
de se apaixonar por uma pessoa que tem medo de assumir para si o que realmente
é!
O que é mais fácil: convencer
alguém de que você não está errado ou fazê-la pensar que ela está errada?
Tostines vende mais porque é
fresquinho, ou é fresquinho porque vende mais?
Percebem que essa discussão não
leva a lugar algum?
Eu acho que até um tempo atrás eu
era mais engajado em tentar ser o detentor da “verdade”. Hoje me considero meio
de saco cheio para ficar provando a qualquer custo que tenho razão. Aliás, nem
sei se tenho tanta razão assim.
Hoje parto do seguinte princípio:
quero ter razão para mim, e não para os outros. Como bem disse o poeta Ferreira
Gullar “não quero ter razão, quero ser feliz”.
Por que alguns “heteros”
acreditam que transar com outro homem não faz deles gays, mas beijar na boca é
o fim do mundo?
Primeiro porque são pessoas que
precisam urgentemente de ajuda psicológica, como já expliquei acima.
Segundo porque sexo para eles é
brincadeira, esporte, hobby, passatempo ou sabe-se lá o que mais. Já o beijo na
boca pode ser demonstração de afeto. E afeto, emoção, sentimento, para eles, é
coisa de viado, bicha, mariquinha, boiola, baitola e todo o resto de adjetivos
possíveis.
É que nem aquele papo de que “comer
bunda de um homem não faz de mim gay”, como se ser gay fosse apenas curtir a
posição de passivo. E gay ativo é o quê? Hetero?!
Ou seja, trocando em miúdos,
“hetero” que transa com homem, mas não beija na boca porque é “hetero”, na
verdade está tampando o sol com a peneira.
E como tem “hetero” assim por aí,
não?
Repito: se for para rolar apenas
uma transa, vá em frente, experimente e veja se você vai curtir. Mas se for
para rolar amor, prefira alguém que beije na boca e, principalmente, não tenha
vergonha de dizer sinceramente “eu te amo”. Porque, vamos combinar, sexo é
ótimo, mas no fim das contas o que a gente quer mesmo é ouvir um “eu te amo”,
né?