Eu não
conseguia mais pensar em nada, aquilo seria um sim, independente da última
mensagem que ele me mandou e que eu não li, mas era um sim. O que vinha
depois? Como eu disse, não pensava em
mais nada ou quase, a única coisa que eu pensava era Nossa como ele beija bem!
Ethan olhava para a gente, mas logo ele
percebeu que ficaria ali sem a devida atenção, ele deixou o quarto e foi para
onde estava a também suposta sua mãe. Eu fiquei lá em cima, Henrique colocou
suas mãos na minha cintura, eu simplesmente me sentia, seguro, sabe. Não pensei
se poderia ser uma cilada ou uma gozação, eu apenas curti o momento.
Logo paramos de nos beijar, ele olhou para
mim, era incrível a maneira em que seus olhos brilhavam, era como se fosse uma
estrela minúscula lá dentro, ele sorriu em seguida, eu olhei para fixamente
para ele, senti suas mãos deslizando em meu rosto ele sussurrou algo.
– Eu esperava isso a muito tempo.
Seria uma lógica se eu dissesse eu também, com certeza ele esperava
aquilo.
– Eu tive medo de que esse momento nunca fosse
acontecer. Eu sorri
Parecia que nada do que a gente dizia você
realmente importante, o momento fala mais alto. Ele começou a afagar meus
cabelo, era inacreditável. Eu simplesmente não conseguia descolar minhas mãos
de sua cintura, e nem desviar meu olhar, ele era tudo o que eu queria ver.
– V-você vai contar para todo mundo? Ele
perguntou com um ar meio triste
– Ainda não sei. O que você acha?
– O que você achar melhor, eu só quero ficar
com você!
– Você desconfiava de que eu era?
– Não. Ele ficou cabisbaixo
Eu consegui finalmente desgrudar uma de minhas
mão da cintura dele, e levei até o seu lábio, eu ergui levemente a cabeça dele
novamente e disse.
– Não importa mais. Eu dei um selinho demorado
nele. Se não se importa, eu vou ver como esta o Ethan.
– Espera, o que vai acontecer? Onde você vai
ficar?
– Sinceramente? Não sei. Mas vou dar um jeito.
– Você pode passar uns dias lá em casa, eu
falo com meus pais.
– Obrigado. Aquele dia estava melhorando.
Eu quis naquele momento apertar suas mãos e
descer de mãos dada, mas o momento não era realmente agradável, ele soltou um
sorriso e novamente repito, eu sei por que me apaixonei por ele. Eu deixei o
quarto e logo desci as escada, ele veio logo atrás. As coisas do Ethan como
brinquedos estavam jogadas no chão, eu vi a viatura da policia do lado de fora,
olhei para Henrique, um olhar que dizia muito e disse baixinho Meu herói! Ele não tinha palavras. Abri
a porta e fui para fora, meu pai ainda conversava com o delegado, minha mãe
estava junto, Ethan a encarava, eu via uma foto da minha mãe, o idiota do meu
pai dizia que aquela foto era do mesmo ano em que eu nasci, um mês depois ele lembrava, eu podia
dizer que ela era mais linda do que na foto.
Henrique ficou do lado de dentro, não sei o
que atraiu ele, já que a bagunça que meu pai fez era enorme, mas sim, algo o
chamou a atenção... ele viu uma foto, que a gente havia tirado um mês quando
formo aos Playcenter, tínhamos uns 15 ou 16 anos, não fazia muito tempo, a foto
era do modelo 3x4, ele fechou os olhos... lembrou daquele momento, daquele dia,
quem diria. Ele pegou a foto, ele disse a si mesmo Eu estou apaixonado. E colocou a foto no bolso. Pela janela ele
podia ver o cenário lá fora, ele simplesmente me olhava, não sei se ele tinha
algo a dizer ou se realmente tinha certeza do que disse, de que estava mesmo
apaixonado; Henrique era daqueles que não ficava com ninguém por muito tempo e
que achava uma bobagem alguém dizer Eu
estou apaixonado. De certa forma, ele aceitou a ideia de que era um idiota.
Ele queria ser um.
Naquela mesma noite, eu fui para a casa de
Henrique, os pais dele aceitou numa boa eu passar uns dias ali, claro que não
iria me acomodar e eles nem sabia que eu e o filho deles estavam, sabe. Ethan
foi para a casa da minha mãe, seria um momento difícil para ele, mas ele quis
tentar. Assim que me deitei, Henrique foi para o banho, eu queria ir junto, mas
parecia cedo e injusto, eu me deitei na cama que estava do lado da dele, com
alguns metros de distância é claro, eu apenas imaginei, pensei, me perguntei...
Aonde isso vai dar?
C O N T I N U A . . .
Por: André Luis