Para sempre amigos, Cap.3 - Apaixonados/Por André Luis

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Era umas seis horas da manhã, quando acordei, eu estava virado para o lado em que a cama de Henrique era minha vista, ele não estava, eu olhei em direção a porta, estava trancada com o trinco e com a chave, era impossível Henrique ter saído e ter fechado. Eu resolvi levantar, alcancei meu celular, e realmente tinha certeza que horas era, 06h05 minutos, o horário normal em que sempre levantava para ir para a escola. Para minha felicidade, no visor tinha outra informação... era a tão esperada sexta-feira. Eu me levantei e deixei o coberto de lado, só havia um lugar onde Henrique podia estar naquele quarto, no banheiro. Eu caminhei cambaleando até a porta, mas a luz estava apagada e não havia ninguém, eu me virei para abrir a janela, em seguida voltei para cama, puxei o coberto e senti meus ossos bater em algo, existia um lugar apenas daquela vez, onde ele podia estar, na minha cama. Era a única explicação para a porta estar fechada. Eu descobri a região da cabeça e o vi dormindo, ele era realmente lindo. O coberto que ele usava era diferente, era outro, eu abaixei um pouco, com certeza estava muito calor para ele estar empacotado, logo notei que ele estava sem camisa. Levei um susto quando ele começou a se mexer, acordava, ele olhou para mim e em meio a preguiça murmurou algo.
 – Bom Dia.
 Eu olhei para aquela cara de canalha, e não suportei.
 – Você não conseguiu ficar longe?
 – Você sabe que não.
 Eu já esperava por aquela resposta – Mas eu seus pais? Fiquei preocupado
 – O quarto deles é o terceiro, e eles nunca vem aqui. É normal eu fechar a porta.
 – Fiquei preocupado!
 – Imagino. Ele se despreguiçou.
 No momento em que sua mão baixava, ela vinha para o meu lado, ele simplesmente me agarrou e me deitou em cima do seu tórax.
 – Não rolou nada. Ele riu – Você estava dormindo e eu só queria estar ao seu lado.
 – Ummm. Suspirei. É melhor se arrumar para irmos a escola, hoje é sexta.
 Ele se levantou – Ah que ótimo!
 Na medida em que ele levantou, me espantei – Esta só de cueca?
 Ele me olhou com um sorriso disfarçado – Sempre durmo de cueca.
 Ele foi para perto de mim e logo começamos a nos beijar e novamente fiquei preocupado.
 – E seus pais?
 – São seis hora, provavelmente já estão na Zona Leste e em São Caetano do Sul.
 Então não disse mais nada, e voltamos a nos beijar, novamente ele colocou sua mão na minha cintura e eu fiz o mesmo. Ele estava sem camisa, pude sentir seu suor escorrendo e não resisti, deslizei minha mão em seu tórax, agora sabia por que as meninas da escola e da vizinhança amava ele, foi a minha vez de afagar seus cabelo, logo fiquei curioso Que condicionador é esse? Era macio e liso, uma combinação exigente. Voltamos a nos olhar, voltamos a se deitar, ele de cueca e eu com uma calça jeans um pouco folgada. Não sei como dizer, mas tudo aconteceu tão rápido, em um dia eu contei que era gay e no mesmo dia ele meio que enfrentou meu pai e me salvou e a gente se beijou e dormimos junto e no outro voltamos a nos beijar, alguns diriam rápido, eu diria Até que fim esse dia chegou!

 Tudo parecia diferente, assim que chegamos na escola, trocamos olhares, naquele momento queríamos dar as mãos um ao outro, mas não sei por qual a gente não fez, olhávamos nossos amigos e tudo era como se fosse totalmente estranho ou a primeira vez, naquele momento eles comentavam algo, de longe ouvi algo Ele pegou a Sofia! Eu me senti pouco a vontade com o comentário... queria eu saber que não era verdade, pois era, no mínimo eu queria ouvir É estranho, eles estão juntos. Foi uma questão de tempo e logo Henrique ouviu o mesmo comentário, ele olhou para mim, não sabia o que dizer, mas mesmo assim disse.
 – Isso não vai acontecer de novo. Mas eles não sabem sobre a gente. Ele abaixou a cabeça
 – Tudo bem, só que é estranho!
 – E engraçado! Ele riu
 Sinceramente tinha que concorda com o que ele disse, não era uma situação agradável, mas eu pensava por um lado, ele não estava com aquela vaca de decote e sim comigo, assim eu esperava que fosse sua decisão.
 – O que vai fazer hoje, depois da escola?
 – Eu não sei.
 O sol brilhava muito forte, já era quase sete da manhã e o portão da escola estava cheio, todo mundo meio feliz e meio triste, afinal era sexta-feira e afinal eles teriam que enfrentar mais cinco horas para chegar em fim a liberdade de dois dias. A resposta do Henrique era meio que uma porta para umas ideias novas.
 – A gente podia sair, pra longe.
 Ele riu, na certa ele com certeza imaginou que eu havia lido sua mente, mas ele havia outra ideia.
 – Somos amigos, a gente podia jogar, comprei jogos novo.
 Tentador, sempre usei essa palavra para definir que suas ideias era no mínimo sempre inteligente e  adequadas.
 – Ops! Ele murmurou baixinho
 – O que foi? Perguntei preocupado
 Eu olhei em seus olhos, estava fixado em algo que via em nossa direção... Quero dizer, alguém ou podemos chamar esse alguém de Vaca de Decote! Era isso o motivo da preocupação de Henrique, ele olhou para mim e disse baixinho.
 – Como eu disse, isso nunca vai acontecer de novo.
 Eu não disse nada, até por que Sofia já estava frente a frente com Henrique, com uma calça apertado, bem colocado em seu quadril, uma camisa branca apertada e uma blusinha de couro cor de vinho, tudo apertado, para demostrar seu dote. Eu olhei um pouco para calça, estava meio degastada, aquilo foi reconfortante O que o brechó não faz! Pensei. Ela olhou fixamente para o Henrique.
 – Oi gato.
 – Sofia! Disse sem entusiasmo
 – O que acha de nos encontrarmos hoje, depois da aula?
 Ele tentou não olhar para mim, afinal eu ouvia tudo e ele imaginava o que eu estava pensando, ele abaixou a cabeça, em seguida suspirou erguendo-se novamente, um sorriso discreto surgiu e a resposta veio logo.
 – Eu... Não vai da! Eu estou com outra pessoa, e ela é muito especial... gosto muito dela e não quero perde-la!
 Ele sabia que eu estava ouvindo... Oh Deus, foi lindo! Ficou melhor quando ela fez uma cara de bunda.
 – Essa pessoa nunca vai te dar o que eu posso!
 – Eu sei. Ele abaixou a cabeça e olhou para mim, coisa de segundo  – Não querendo te ofender, mas ela faz eu ter tudo do que eu preciso.
 É impressão minha ou cada vez que ele falava era uma declaração?
 – Eu sabia que você era idiota! Ela estava nervosa
 Henrique apenas ficou calado e ergueu a cabeça, Sofia passou por nós e sem dizer nada, aquilo devidamente foi vergonhoso para sua personalidade. Em seguida eu olhei para Henrique, sorri.
 – Você não pensou duas vezes.
 – Eu não pensei, deixei o coração falar.
 Naquele exato momento quis me inclinar em sua direção e calar aquela boca romântica, mas não podíamos, não era daquela forma que devíamos chegar e dizer a todos Olá amigos, eu e Henrique vamos nos beijar e vocês irão saber que somos gay. Eu quis esperar as decisões dele e ele a minha, a gente teria que decidir juntos.
 Aquela manhã foi realmente agradável, e mantinha a fé de que poderia melhora, primeiro acordo ao lado do cara com quem sonhava estar, depois a gente se agarra e quando estávamos na escola ele dispensa a garota mais linda e desejada da escola e faz declarações românticas, eu me sentia lisonjeado... até demais. Por sorte eu tive aula vaga naquele dia, o que foi a glória, meu professor de matemática havia faltado e tínhamos que entregar um trabalho que ele havia pedido, que no caso não fiz, eu fui para a casa do Henrique, ele me disse que seus pais sempre chegavam tarde do trabalho, por volta das oito da noite, eu queria ter novamente um momento com ele, mas saber que não corria nenhum risco; porém, naquele mesmo dia eu recebi uma ligação, o que eu posso dizer sobre essa ligação? Não sei.
 – Alo? Filho?
 Eu fiquei calado na linha, conhecia aquela voz, quer dizer, era nova, mas identifiquei, eu fiquei pálido ao saber de quem era, quem estava ligando.
 Era minha mãe!



C  O  N  T  I  N  U  A .  .  .


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