Era umas seis horas da
manhã, quando acordei, eu estava virado para o lado em que a cama de Henrique
era minha vista, ele não estava, eu olhei em direção a porta, estava trancada
com o trinco e com a chave, era impossível Henrique ter saído e ter fechado. Eu
resolvi levantar, alcancei meu celular, e realmente tinha certeza que horas
era, 06h05 minutos, o horário normal em que sempre levantava para ir para a
escola. Para minha felicidade, no visor tinha outra informação... era a tão
esperada sexta-feira. Eu me levantei e deixei o coberto de lado, só havia um
lugar onde Henrique podia estar naquele quarto, no banheiro. Eu caminhei
cambaleando até a porta, mas a luz estava apagada e não havia ninguém, eu me
virei para abrir a janela, em seguida voltei para cama, puxei o coberto e senti
meus ossos bater em algo, existia um lugar apenas daquela vez, onde ele podia
estar, na minha cama. Era a única explicação para a porta estar fechada. Eu
descobri a região da cabeça e o vi dormindo, ele era realmente lindo. O coberto
que ele usava era diferente, era outro, eu abaixei um pouco, com certeza estava
muito calor para ele estar empacotado, logo notei que ele estava sem camisa.
Levei um susto quando ele começou a se mexer, acordava, ele olhou para mim e em
meio a preguiça murmurou algo.
– Bom Dia.
Eu olhei para aquela
cara de canalha, e não suportei.
– Você não conseguiu
ficar longe?
– Você sabe que não.
Eu já esperava por
aquela resposta – Mas eu seus pais? Fiquei preocupado
– O quarto deles é o
terceiro, e eles nunca vem aqui. É normal eu fechar a porta.
– Fiquei preocupado!
– Imagino. Ele se
despreguiçou.
No momento em que sua
mão baixava, ela vinha para o meu lado, ele simplesmente me agarrou e me deitou
em cima do seu tórax.
– Não rolou nada. Ele
riu – Você estava dormindo e eu só queria estar ao seu lado.
– Ummm. Suspirei. É
melhor se arrumar para irmos a escola, hoje é sexta.
Ele se levantou – Ah
que ótimo!
Na medida em que ele
levantou, me espantei – Esta só de cueca?
Ele me olhou com um
sorriso disfarçado – Sempre durmo de cueca.
Ele foi para perto de
mim e logo começamos a nos beijar e novamente fiquei preocupado.
– E seus pais?
– São seis hora,
provavelmente já estão na Zona Leste e em São Caetano do Sul.
Então não disse mais
nada, e voltamos a nos beijar, novamente ele colocou sua mão na minha cintura e
eu fiz o mesmo. Ele estava sem camisa, pude sentir seu suor escorrendo e não
resisti, deslizei minha mão em seu tórax, agora sabia por que as meninas da
escola e da vizinhança amava ele, foi a minha vez de afagar seus cabelo, logo
fiquei curioso Que condicionador é esse? Era
macio e liso, uma combinação exigente. Voltamos a nos olhar, voltamos a se
deitar, ele de cueca e eu com uma calça jeans um pouco folgada. Não sei como
dizer, mas tudo aconteceu tão rápido, em um dia eu contei que era gay e no
mesmo dia ele meio que enfrentou meu pai e me salvou e a gente se beijou e
dormimos junto e no outro voltamos a nos beijar, alguns diriam rápido, eu diria
Até que fim esse dia chegou!
Tudo parecia diferente, assim que
chegamos na escola, trocamos olhares, naquele momento queríamos dar as mãos um
ao outro, mas não sei por qual a gente não fez, olhávamos nossos amigos e tudo
era como se fosse totalmente estranho ou a primeira vez, naquele momento eles
comentavam algo, de longe ouvi algo Ele
pegou a Sofia! Eu me senti pouco a vontade com o comentário... queria eu
saber que não era verdade, pois era, no mínimo eu queria ouvir É estranho, eles estão juntos. Foi uma
questão de tempo e logo Henrique ouviu o mesmo comentário, ele olhou para mim,
não sabia o que dizer, mas mesmo assim disse.
– Isso não vai
acontecer de novo. Mas eles não sabem sobre a gente. Ele abaixou a cabeça
– Tudo bem, só que é
estranho!
– E engraçado! Ele riu
Sinceramente tinha que
concorda com o que ele disse, não era uma situação agradável, mas eu pensava
por um lado, ele não estava com aquela vaca de decote e sim comigo, assim eu
esperava que fosse sua decisão.
– O que vai fazer
hoje, depois da escola?
– Eu não sei.
O sol brilhava muito
forte, já era quase sete da manhã e o portão da escola estava cheio, todo mundo
meio feliz e meio triste, afinal era sexta-feira e afinal eles teriam que
enfrentar mais cinco horas para chegar em fim a liberdade de dois dias. A
resposta do Henrique era meio que uma porta para umas ideias novas.
– A gente podia sair,
pra longe.
Ele riu, na certa ele
com certeza imaginou que eu havia lido sua mente, mas ele havia outra ideia.
– Somos amigos, a
gente podia jogar, comprei jogos novo.
Tentador, sempre usei
essa palavra para definir que suas ideias era no mínimo sempre inteligente
e adequadas.
– Ops! Ele murmurou
baixinho
– O que foi? Perguntei
preocupado
Eu olhei em seus
olhos, estava fixado em algo que via em nossa direção... Quero dizer, alguém ou
podemos chamar esse alguém de Vaca de
Decote! Era isso o motivo da preocupação de Henrique, ele olhou para mim e
disse baixinho.
– Como eu disse, isso
nunca vai acontecer de novo.
Eu não disse nada, até
por que Sofia já estava frente a frente com Henrique, com uma calça apertado,
bem colocado em seu quadril, uma camisa branca apertada e uma blusinha de couro
cor de vinho, tudo apertado, para demostrar seu dote. Eu olhei um pouco para
calça, estava meio degastada, aquilo foi reconfortante O que o brechó não faz! Pensei. Ela olhou fixamente para o
Henrique.
– Oi gato.
– Sofia! Disse sem
entusiasmo
– O que acha de nos
encontrarmos hoje, depois da aula?
Ele tentou não olhar
para mim, afinal eu ouvia tudo e ele imaginava o que eu estava pensando, ele
abaixou a cabeça, em seguida suspirou erguendo-se novamente, um sorriso
discreto surgiu e a resposta veio logo.
– Eu... Não vai da! Eu
estou com outra pessoa, e ela é muito especial... gosto muito dela e não quero
perde-la!
Ele sabia que eu
estava ouvindo... Oh Deus, foi lindo! Ficou melhor quando ela fez uma cara de
bunda.
– Essa pessoa nunca
vai te dar o que eu posso!
– Eu sei. Ele abaixou
a cabeça e olhou para mim, coisa de segundo – Não querendo te ofender, mas ela faz eu ter
tudo do que eu preciso.
É impressão minha ou
cada vez que ele falava era uma declaração?
– Eu sabia que você
era idiota! Ela estava nervosa
Henrique apenas ficou
calado e ergueu a cabeça, Sofia passou por nós e sem dizer nada, aquilo
devidamente foi vergonhoso para sua personalidade. Em seguida eu olhei para
Henrique, sorri.
– Você não pensou duas
vezes.
– Eu não pensei,
deixei o coração falar.
Naquele exato momento
quis me inclinar em sua direção e calar aquela boca romântica, mas não
podíamos, não era daquela forma que devíamos chegar e dizer a todos Olá amigos, eu e Henrique vamos nos beijar e
vocês irão saber que somos gay. Eu quis esperar as decisões dele e ele a
minha, a gente teria que decidir juntos.
Aquela manhã foi
realmente agradável, e mantinha a fé de que poderia melhora, primeiro acordo ao
lado do cara com quem sonhava estar, depois a gente se agarra e quando
estávamos na escola ele dispensa a garota mais linda e desejada da escola e faz
declarações românticas, eu me sentia lisonjeado... até demais. Por sorte eu
tive aula vaga naquele dia, o que foi a glória, meu professor de matemática
havia faltado e tínhamos que entregar um trabalho que ele havia pedido, que no
caso não fiz, eu fui para a casa do Henrique, ele me disse que seus pais sempre
chegavam tarde do trabalho, por volta das oito da noite, eu queria ter
novamente um momento com ele, mas saber que não corria nenhum risco; porém,
naquele mesmo dia eu recebi uma ligação, o que eu posso dizer sobre essa
ligação? Não sei.
– Alo? Filho?
Eu fiquei calado na
linha, conhecia aquela voz, quer dizer, era nova, mas identifiquei, eu fiquei
pálido ao saber de quem era, quem estava ligando.
Era minha mãe!
C O N T I N U A . . .
Por: André Luis