VOCÊ TEM A
MIM... E NÃO IRA ME PERDER
É claro que eu sorri,
não era lá grande coisa ou o que eu mais esperava tipo Fica comigo? Mas era algo relativamente maravilhoso... É claro, eu
sabia sem dúvida quem era. Em seguida o celular vibra de novo... OMG aquilo era
sem dúvida algo muito, mas muito legal... Mas legal do que a primeira
mensagem... simplesmente sem palavras.
Eu ainda
tentava engolir aquela mensagem que ele havia me mandado... não a primeira,
aquela que ele diz que eu não irei perde-lo... a outra que ele diz:
FICA COMIGO?
A minha cabeça estava a milhão, me passou
vários pensamentos, ele podia estar tirando onde ou poderia ser atraído para um
cilada e ser vítima de homofobia causada pelo meu próprio amigo. Sinceramente?
Nem eu acreditava que estava pensando naquilo, do meu melhor amigo. Logo
retomei a consciência e notei de que não havia dado a resposta e que ele podia
ter até desistido quando caiu na real. Eu apenas digitei Como é? Novamente eu não sabia o que dizer. Foi questão de segundo,
até ele responder a minha pergunta, porém eu levei um susto quando ouvi meu pai
chegar em casa, não medo de ver a mensagem, quer dizer, também, mas por que a
pia estava cheia de louça e Ethan não havia almoçado... eu sei, não é minha
obrigação, mas era eu para tudo.
A cara dele, ao ver aquela pia foi de fechar a
cara e uma das mão no ferrão do cinto... eu simplesmente não aguentava mais
aquilo, sem querer liguei para Henrique, meu pai começou a gritar.
– Marcos? Seu verme, você esta ai. Eu sei
que está!
Eu suspirava, algo dentro de mim queria dizer O que você quer, seu bêbado idiota? Eu
diria, mas não tinha coragem. Sem eu ao menos notar Henrique atendeu a ligação
que foi feita por acidente.
– E você ainda pergunta por que sua mãe foi
embora? Eu deveria ter feito o mesmo... como muitos fazem! Um muleque que nem
serve para limpar a casa!
Eu olhei para o lado, eu vi Ethan escondido,
imaginava o que ele pensava... eu passei pela mesma coisa. Ainda passava.
– Ethan? Ele chamava – Você está ai?
Não seria impossível ele subir logo a escada,
mas como sempre, ele resolveu colocar medo na gente derrubando nossas coisas.
– O que você quer? Eu simplesmente gritei
– Te dar uma lição, para aprender a falar
comigo seu moleque atrevido!
Foi por impulso, eu notei apenas quando ele
respondeu. Em questão de segundo, ele começou a subir as escadas. Meu medo
estava no máximo. Eu tomei uma atitude desesperada, puxei o guarda roupa com
toda força até a entrada do quarto. Corri para perto do Ethan, ele estava com
mais medo do que eu. Eu comecei a procurar pelo meu celular, mas nem lembrava
onde ele estaria. Logo, ele notou que a porta ou estava fechada ou sei lá o que
ele pensou.
– Abre a porta!
Eu não respondi. Ele insistiu por umas três
vezes e começou a bater com força, cada vez mais que ele batia, Ethan
suspirava. Aquilo tinha de acabar logo. Não levou muito tempo e levamos um
susto ao ver o guarda roupa caindo perto da gente... Eu levantei a cabeça
devagar e vi o olhar do meu pai, parecia que havia perdido todo seu dinheiro.
Ele se aproximou, seu rosto estava assustador como nos últimos quinze anos. Ele
puxou a cinta de sua cintura e no momento em que ergueu a mão para cima, uma voz
ecoou do lado de fora do quarto.
– Danilo! Se colocar a mão em um dos meus
filhos eu juro que te coloco numa prisão. A voz era firme
Era a primeira vez que ouvia a voz de minha
mãe, tanto ela, quanto eu lamentava por ser tão tarde e em uma ocasião nada
gentil; meu pai se virou e riu – Seus
filhos? Você os abandonou. Eu tive que sustenta-lo enquanto você estava
curtindo sua vida!
– Mentira! Novamente eu e meu bocão!
Ele se virou pra mim, nervoso, como um cão
feroz e correu!
– Não faria isso, se fosse você. Disse outra
pessoa. Eu conhecia a voz
– Henrique? Disse meu pai
– Sim, e estou aqui para impedi-lo... Em
outras palavras. A policia esta aqui!
– Vocês não podem interferir na educação dos
meus filhos. Ele berrou
Nesse exato momento o delegado entrou no
quarto e viu o cenário que meu pai causou.
– Senhor Danilo, você vem com a gente. Por
favor.
Meu pai nunca enfrentou ninguém da lei, quer
dizer, havia um caso para que ele nunca cometesse tal levantamento de voz.
Nunca vamos saber como foi a experiência, mas a questão é que meu pai deixou o
quarto com o delegado e minha suposta mão. Uma sombra surgiu logo depois, eu me
levantei amedrontado, logo vi o rosto de Henrique, sua face era de preocupação.
Ele não pensou duas vezes e deu passos apressados até chegar a mim e me apertar
entre seu forte abraço.
– Meu Deus, ele sussurrou baixinho
– Como você sabia? Eu queria saber
– Você me ligou e não respondeu. Eu ouvi um
pouco e corri pra cá. Parei a viatura e aqui estamos. Você está bem? Ele não pensava
em outra coisa
Eu olhei para o Ethan, fechei os olhos por um
momento, ao abri-lo apenas fiz o que queria fazer. Eu apoiei minhas mãos nos
braços de Henrique, ele realmente era forte, em seguida fui me aproximando.
Nosso peitoral se encontraram primeiro, antes dos nosso lábios também se
colidirem.
C O N T I N U A . . .
Por: André Luis