João Fonseca (diretor) e Aloísio
de Abreu (escritor) foram muito felizes ao retratar a história do irreverente e
"prafrentex" Cazuza no espetáculo "Cazuza - Pro Dia Nascer Feliz
- o musical" que está em cartaz no Theatro Net Rio, no Rio de Janeiro. A
escolha de Emilio Dantas para o papel principal foi o maior acerto. Para quem está
na platéia a noite é muito feliz e gratificante.
Emilio
está impecável como Cazuza, seja nos trejeitos, modo de falar e até no tom da
voz, que se assemelha demais ao meu ídolo. Cheguei a fechar os olhos e ouvir o
Cazuza falando. Sou fã de carteirinha do Cazuza, pelo que ele foi e representa
até hoje na nossa música brasileira. Não vou classificar o Cazuza como
roqueiro, ou como sendo da MPB, muito menos pop/rock, mas sim como músico brasileiro,
representante do seu tempo, com letras dizendo o que todos queriam dizer e
ouvir e que são pertinentes até hoje. Basta prestar atenção ao que ele diz.
A
peça mostra o lado "maluquete" do cantor e compositor, desde a época
do Barão Vermelho, o romance com Ney Matogrosso, drogas, assim como mostra a
questão da AIDS no final da década de 80, época em que até o médico não
aconselhava dividir talheres e esterilizar lençóis com quem tinha o vírus. Para
quem não viveu a trajetória do músico, é essencial para conhecer e para quem
viveu esse tempo, é muito bacana reviver a história dele.
O
ator André Dias como Ezequiel Neves (produtor do Barão Vermelho e amigo pessoal
de Cazuza) está impagável também. Thiago Machado como Frejat tentou, mas não
chegou perto do músico, nem no tom da voz, embora não tenha desafinado. O único
equívoco mesmo da peça é a atriz Yasmin Gomlevsky, que tive a certeza que é
muito ruim. Tive a dúvida ao ver o musical "Rock In Rio", mas agora
tive a confirmação que a sua voz é chata e anasalada e ela é
"enjoadinha" mesmo. Coitada da Bebel Gilberto ao se ver retratada
dessa maneira. A interpretação dela é ruim e faz a personagem ser irritante.
Bacana
também é chegar no teatro e ver as camisas do Cazuza, usadas em shows, os
discos de ouro, platina, quadros e a sua máquina de escrever com as fotos que
ele tinha na cortiça em seu quarto.
IMPERDÍVEL!!!
Por: Alexandre Calladinni