Amor Não Tem CEP

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O casamento civil entre pessoas do mesmo sexo já é legal em 12 estados brasileiros e no Distrito Federal. As outras 14 unidades da federação ainda não concedem esse direito. O documentário “Amor Não Tem CEP” mostra justamente essa situação de desigualdade entre os cidadãos gays das diferentes regiões brasileiras.

Produzido pela equipe da campanha Casamento Civil Igualitário , o curta-metragem mostra essa disparidade contando a história de dois casais. Um deles é formado pelo graduando em Biologia Lauro Tozzeto , 23 anos, e pelo jornalista Gabriel Mayer , 24. Os dois já puderam registrar sua relação de quatro anos num cartório porque o estado onde moram, São Paulo, dá esse direito a eles.
Já o vendedor Carlos Felipe Belhassof , 20 anos, e o bancário, Igor Newman , 25, não puderam oficializar no papel sua relação de quase um ano e meio porque moram no Rio de Janeiro, que ainda não legalizou o casamento gay em seu seus cartórios.
“Casar no papel nos dá o certificado de cidadão comum, igual a todos os outros, com mesmos direitos e deveres. Por isso, optamos em não fazer a união estável, como uma forma de protesto”, ressalta Carlos, em entrevista ao iGay .
Citada por Carlos, a união estável é um documento que formaliza a união de duas pessoas em cartório, mas que não altera o estado civil dos parceiros, que continuam solteiros. Diferentemente do casamento civil, que faz essa alteração e ainda torna o cônjuge herdeiro necessário da outra parte do casal.
No documentário, o parceiro de Carlos, Igor, revela que os dois pensaram em uma alternativa para oficializar a relação. “Nós pensamos em ir até São Paulo para casar, mas eu sou carioca, eu nasci no Rio de Janeiro, amo minha cidade. E é aqui que eu quero me casar”, conta o bancário.
Em contraponto a situação de Igor e Carlos, o documentário mostra a felicidade de Gabriel Mayer eLauro Tozetto , que casaram no civil no dia 23 de fevereiro deste ano, num cartório da Zona Leste de São Paulo, localizado no bairro do Tatuapé. A princípio, os dois pretendiam apenas registrar o documento de união estável.
Foi um funcionário do cartório que falou da possibilidade do casamento civil. “Conversei com o Lauro e chegamos à conclusão de que, dessa maneira, seria melhor para todos. Os trâmites no cartório foram rápidos. Marcamos a data do casamento com cerca de três meses de antecedência, levamos a documentação exigida dos padrinhos e, no dia 16, oficializamos a união”, relata Gabriel.
“Casar sempre esteve nos meus planos, desde pequeno. Foi uma emoção indescritível estar no cartório, com nossos padrinhos, amigos e familiares, pessoas que eu gostamos muito. A sensação é de felicidade plena, de segurança, de poder ficar tranquilo por ter os direitos que os heterossexuais já têm, garantidos por lei”, descreve o jornalista, recordando a sensação de ter sua certidão de casamento nas mãos.
Os dois casais encaram a participação no documentário como uma maneira de incentivar outros gays a exigirem seus direitos. "Queremos que os homossexuais ergam a bandeira da cidadania, sem se sentirem oprimidos e desencorajados. Estamos aqui pra que eles possam ver que existem pessoas iguais a ele, lutando pelos mesmos ideais, defende Carlos.
Veja um teaser de "Amor Não Tem CEP" 

Link do vídeo no Youtube:
“Não estamos lutando pelo direito de nos casar na igreja. Estamos lutando para termos garantidos os direitos básicos de qualquer cidadão. De poder casar e de adotar filhos, colocar marido ou a mulher no plano de saúde, obter o direito a herança”, exemplifica Gabriel. “Temos que fazer, pelo menos, com que as pessoas pensem sobre o assunto com outro olhar, sem preconceitos. Porque o gay pode ser o seu filho, seu pai, um primo, um vizinho ou a sua melhor amiga”, completa.
O documentário “Amor Não Tem CEP”, com 10 minutos de duração, estreia nesta segunda-feira (06) no canal da Campanha do Casamento Igualitário no Youtube.
Essa diferença no reconhecimento da união homossexual acontece porque o Brasil ainda não dispõe de uma legislação federal que regulamente o casamento civil gay para todo o país. No Congresso Nacional, um projeto de emenda constitucional, ainda na fase de coleta de assinaturas, tenta reverter esse quadro.
Além de São Paulo e Distrito Federal. Alagoas, Bahia, Brasília, Ceará, Espirito Santo, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Paraná, Piauí, Sergipe e Santa Catarina permitem a união entre pessoas do mesmo sexo. 
Fonte: IGay


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