O casal aguardou 15 dias desde o pedido até a permissão para a cerimônia. De início, a comerciante era contra a divulgação da história, mas Cléia a convenceu de que poderiam ajudar outras pessoas. "Acho importante divulgar porque se outras pessoas que também têm essa vontade podem realizar esse sonho. É uma conquista muito importante", disse.
O apoio da família é fundamental para a concretização da união. Principalmente no caso de Cléia, que tem três filhos adultos e uma neta. "Tive um relacionamento de 16 anos, sendo que meu filho mais velho tem 30 anos. Todos aceitaram sem problemas. Inclusive, minha neta de cinco anos, vive conosco desde seu primeiro dia de vida e nós somos uma família", explicou a enfermeira.
Referente a preconceito, Cléia disse que teve receio ao contar sobre o enlace matrimonial no ambiente de trabalho. "Não queria convidar ninguém no hospital em que trabalho por medo. Depois que a minha chefe disse que não teria problema alguma em casar com uma mulher eu fiquei mais aliviada".
A ex-cunhada de Cléia, a artesã Patrícia Carla Vieira dos Santos, 41, fez questão de acompanhar a cerimônia. Para ela, muitas pessoas se arrependem daquilo que não fazem. "Se a união registrada em cartório é para a felicidade de ambas, já está abençoado", disse. O professor Rodrigo Gonçales, 37, padrinho de casamento, analisa a oficialização da união como uma forma de superação. "Sou amigo delas e sou suspeito para falar, mas espero que elas sejam muito felizes".
A juíza que celebrou a união, Maria Antonia Gonçalves Fronza, informou que o cartório tem recebido pedidos de união homoafetiva. "Para mim não tem diferença nenhuma. É meu serviço e executo com muito amor e carinho. Perante a lei, os casamentos são todos iguais", afirmou.
Fonte: OLiberal