Os 10 inimigos públicos da causa gay no Brasil em 2013

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Anualmente, a revista Lado A apresenta a lista “Os 10 inimigos públicos dos gays no Brasil”, este ano será a terceira edição. Selecionamos, por meio de uma indicação feita por 10 militantes gays convidados, e publicamos por ordem de importância, as 10 pessoas que mais se destacaram na mídia com palavras e ações contra os direitos e a dignidade de cidadãos homossexuais no Brasil. Tais manifestações ajudam a aumentar o preconceito social, usam da desinformação para reforçar estereótipos e criar um estigma, e fazem frente contra a luta pela igualdade de direitos da comunidade gay. 

Essas 10 pessoas são responsáveis por disseminar o preconceito, a ignorância, e colaborar para que a violência e discriminação contra a comunidade homossexual se perpetue no país. Como resultado, temos a cada 26h uma morte violenta de homossexual (GGB), casos diários de espancamentos e tentativas de homicídio, bullying nas escolas contra jovens homossexuais ou mais sensíveis, gays sendo expulsos de casa ou vítimas de violência dos pais, e ainda casos de suicídios. 

As pessoas abaixo listadas não se consideram homofóbicas, mas são parcialmente responsáveis pelo preconceito e da discriminação que atinge todos os âmbitos da vida de um homossexual ou transgêneros no Brasil. A questão religiosa tem um forte peso, pois a maioria dos inimigos públicos dos gays no país usa a religião como justificativa para segregar pessoas e o fazem se valendo da liberdade de expressão e liberdade religiosa, novamente de forma errônea. 

O projeto de decreto parlamentar que desejava permitir o tratamento de homossexuais que buscam diminuir o sofrimento de ser homossexual é um exemplo claro da intolerância. Se o indivíduo sofre exatamente pelo preconceito social, devemos tratar aqueles que pregam contra a dignidade de tal indivíduo, dizendo que ele está doente, comete pecado, é errado ou que precisa mudar seus sentimentos. O projeto de lei PLC 122, um possível antídoto contra o preconceito, que puniria a homofobia no país, segue parado, boa parte em razão dos políticos abaixo listados, que defendem o direito de se manifestarem de forma preconceituosa contra os homossexuais ou de não considerarem o tema importante por causa de suas convicções pessoais. 

Note que a lista deste ano traz pela primeira vez três mulheres. A psicóloga paranaense Marisa Lobo, que luta pelo direito de tratar a homossexualidade segundo sua visão cristã; A cantora Joelma que comparou um homossexual com um viciado em drogas e ainda a presidente Dilma que vetou o projeto Escola sem Homofobia e depois de dois anos não se manifestou sobre o tema, após ter afirmado que “o governo não pode fazer propaganda de opção sexual”. O movimento gay cobra uma posição da presidenta, mas a mesma foge e não se manifesta publicamente sobre o tema. No último dia 28 de Junho, porém, a presidenta se reuniu com o movimento e deu sinais positivos de entender a questão, mas seu governo ainda está aquém do ideal para a comunidade gay e a votação, feita antes do tal encontro, sugere este descontentamento. 

O júri convidado é mantido em segredo. Os mesmos podem declarar a participação livremente, se assim desejarem. 

Confira abaixo a lista: 

“Os 10 Inimigos públicos dos gays no Brasil 2013" 

1 – Marisa Lobo Franco Ferreira Alves, Psicóloga 

A psicóloga Marisa Lobo, membro da Igreja Batista de Curitiba, foi a público depois que foi denunciada no Conselho Regional de Psicologia por utilizar o termo “psicologia cristã” e defender publicamente a reversão da homossexualidade. Ela afirmou que não considera a homossexualidade normal e se refere a si como “nós, pessoas normais”, defende a Bíblia como argumento e diz que a homossexualidade é um comportamento. Ameaçada de ter seu registro cassado pelo Conselho Federal de Psicologia, ela ganhou mídia e apoio de políticos evangélicos em sua cruzada pela “cura gay”. O marido possui uma feira evangélica, e ela explora o filão por meio de livros e seminários, mas nega que tenha tratado algum gay. 

2 – Dep. e pastor Marco Feliciano (PSC – SP) 

O deputado paulista e dono de sua própria rede de igrejas, conhecido por suas declarações racistas e homofóbicas, a qual nega, esteve presente em nossas listas anteriores. Ele galgou a presidência da Comissão de direitos humanos na Câmara para pregar sua fé e defender projetos como o da “cura gay” e a derrubada da decisão do Conselho Nacional de Justiça que permitiu o casamento gay em todo o país. Entre suas declarações está o de que os heterossexuais e evangélicos que são discriminados no país e a existência de uma “ditadura gay”. O deputado é autor de um projeto para o Dia do Orgulho Hétero e tem intenções de se candidatar à presidência. 

3 - Pastor Silas Malafaia 

Um dos pastores evangélicos mais ricos do país, Silas Malafaia adora usar o tema da homossexualidade para se projetar. Fã do termo “ditadura gay”, psicólogo por formação, é a favor do projeto de cura gay. Aliás, ele mesmo defende que a homossexualidade é um comportamento que pode ser modificado. Com diversos programas em redes de TV, ele chegou a traduzir um livro homofóbico por meio de sua editora. Participa de debate contra a homossexualidade que, segundo ele, é uma “abominação”. 

4 – Dep. João Campos (PSDB – GO) 

Menos carismático e não tão bom na oratória quanto os outros políticos, este tucano é autor do Decreto Legislativo PDC 234/11, que visa suspender artigos de resolução (Resolução 1/99) do Conselho Federal de Psicologia que proíbem psicólogos de propor tratamento da homossexualidade, o chamado “cura gay”. O deputado também é autor de um Decreto Legislativo para convocar um plebiscito sobre o casamento gay no país. Preside a Frente Parlamentar Evangélica na Câmara. 

5 - Senador Magno Malta (PR- ES) 

Presidente da "Frente Parlamentar em Defesa da Vida e da Família” e velho conhecido da nossa lista, o senador se manifesta contra o casamento gay e prometeu mover ação de inconstitucionalidade contra o STF e o CNJ por causa do casamento gay. Já afirmou comparou gays a pedófilos e disse que a propaganda da homossexualidade estimula a pedofilia. 

6 – Dep. Jair Bolsonaro (PP – RJ) 

Autor de termos como “Ditadura Gay” e “Cartilha gay”. Bolsonaro é conhecido por chamar gays de aberração, e a dizer que homossexuais são pedófilos no plenário da Câmara, ele quem começou toda esta onda de usar a mídia com declarações homofóbicas para se auto promover. Apesar de discreto nos últimos tempos, ele e seus filhos, um é vereador e outro deputado no Rio, não perdem uma chance de fazer chacota com homossexuais e a posar de macho alpha. 

7 – Cantora Joelma Mendes, da Banda Calypso 

Não foi uma mas duas vezes as declarações homofóbicas de Joelma. Evangélica, em uma ela brincou com um fã dizendo que papai do céu ia ficar feliz se ele virasse “homem”. Na outra, este ano, disse que conhece pessoas que deixaram de ser homossexuais mas que a recuperação era como a de drogados, e que a Bíblia diz que não é correto ser gay. 

8- Dep. Antony Garotinho (PR-RJ) 

O ex-governador do Rio de Janeiro, o deputado federal evangélico Garotinho, chegou a chantagear o governo federal para a retirada do Kit Escola Sem Homofobia, causando uma crise no governo. O kit foi retirado e até hoje as escolas não possuem um programa de combate a discriminação e ao bullying. O deputado vota contra todo projeto de lei a favor da comunidade gay e articula com a bancada evangélica as ações, mas não coloca mais a cara à frente na maioria das vezes, já que tem ambições políticas grandes. 

9- Emerson Eduardo Rodrigues Setim 

Condenado a 6 anos, 6 meses e 5 dias por disseminar ódio e preconceito a negros, judeus e homossexuais na internet, este curitibano e um amigo de Brasília foram alvo da operação Intolerância, da Polícia Federal. Eles eram responsáveis pelo blog Silvio Koerich que defendia a pedofilia, estupro de lésbicas, e outros pensamentos racistas e homofóbicos. Depois de cumprir mais de um ano, enquanto aguardava julgamento, foi solto em junho. Agora Emerson Eduardo Rodrigues Setim se diz religioso e afirma que foi traído e injustiçado. 

10 – Presidente Dilma Rousseff 

A presidenta do Brasil não dirigiu palavra aos homossexuais desde que assumiu seu mandato e parece ignorar o cotidiano de homossexuais no país. Dilma Rousseff seu governo houve um entrave no Legislativo e no Executivo, embora o Judiciário tenha garantido diversos direitos para a comunidade gay. Não faltasse uma palavra de esperança, ao vetar o projeto Escola sem Homofobia, em 2011, a presidenta deixou claro que seu governo não faria propaganda de opção sexual que fosse. Dilma também não se manifestou com as decisões favoráveis aos gays da Justiça Brasileira, ou contra políticos homofóbicos. “Se não quer ajudar, apenas não atrapalhe”, já dizia o dito popular.


Fonte: EntreHomens

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