Grupo protesta contra homofobia em show do Calypso

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Um grupo realizou um protesto contra a homofobia durante o show da banda Calypso no município de São José do Egito, no Sertão de Pernambuco, na madrugada desta terça-feira (25). Com cartazes em que se lia "Calypso precisa de cura" e "Feliciano representa Calypso" – em referência ao projeto de lei apelidado de "cura gay" aprovado na Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, presidida pelo pastor Marco Feliciano – os manifestantes conseguiram chamar a atenção da vocalista da banda, Joelma. A cantora parou a apresentação para ler as mensagens. Em março último, a artista deu declarações consideradas homofóbicas à revista Época.

Ao fim do show, um dos integrantes do grupo que participou do ato afirmou ter sido vítima de agressão por parte da equipe de segurança. Um dos manifestantes, Antônio José de Lima Filho, 23 anos, registrou boletim de ocorrência na delegacia da cidade nesta terça-feira (25) contra um dos seguranças que o teria empurrado para fora do camarim da banda. "O protesto seguia calmamente, até que no meio do show, ela [Joelma] disse que falaria comigo no camarim ao fim da apresentação. Fui com um rapaz da banda até lá, que perguntou sobre o cartaz e quis tomá-lo da minha mão. Ele ainda queria tomar meu celular, que eu queria usar pra fazer uma gravação", contou Antônio. 

O manifestante ainda acrescentou que foi abordado pelo segurança quando estava a caminho no camarim. "Não deixei que pegassem o meu cartaz, e foi aí que o prefeito [Romério Guimarães] segurou a minha mão e me conteve para pegarem meu cartaz. Me colocaram para fora feito um bicho, me chutando. Levei um murro na cabeça", relatou. 


Procurada pelo G1, a assessoria de imprensa da Calypso confirmou que Antônio José foi chamado ao camarim por Joelma, mas nega que as agressões denunciadas por ele foram praticadas pela equipe da banda. Segundo a assessoria, o rapaz teria feito confusão com seguranças do show, que seriam contratados pela prefeitura. Ainda ressaltou que o manifestante seria de um grupo político contrário ao partido do prefeito Romério Guimarães (PT). 

A assessoria da Prefeitura de São José do Egito também negou que os seguranças do show se envolveram na confusão. Acrescentou que o prefeito não estava no camarim no momento das supostas agressões e que ele não costuma sair acompanhado de seguranças em festas. A delegada de São José do Egito, Maria do Rosário, que ficará responsável pelas investigações, afirmou que ainda vai ouvir os envolvidos. "O caso não foi registrado no meu plantão, mas a gente já está apurando os fatos e pelo o que eu entendi é um crime de menor potencial, provavelmente uma agressão leve. As investigações vão dizer o que aconteceu", explicou.


Fonte: G1

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